A ficha técnica e artística passou em silêncio, sem nenhuma música de fundo nem quiaquer sinais auditivos susceptíveis de prepararem o espectador para aquilo que vinha. Uma sucessão de cartões a preto e branco anunciava os factos salientes. The Inner Life of Martin Frost. Argumento e Realização: Hector Spelling. Elenco: Norbert Steinhaus e Faye Morrison. Câmara: C. P. Grund. Cenários e Figurinos: Frieda Spelling. O nome Steinhaus não me dizia rigorosamente nada, e, momentos depois, quando o actor surgiu no ecra, tive a certeza de que nunca o vira em filme nenhum. Era um homem alto e magro, na casa dos trinta, com uns olhos penetrantes, observadores, e um cabelo que começava a escassear. Não especialmente bem-parecido ou heróico, mas sensível, humano, e com um rosto cuja expressividade chegava para sugerir alguma actividade mental. Sentia-me confortável ao vê-lo no ecrã e não resisti a acreditar na sua representação.
Autor: Paul Auster
1 comentários:
A sensibilidade, a humanidade também me cativam por demais num mundo já de si tão egoista, cruel e amorfo...eu de igual modo me interessaria ver tal filme...mesmo que fosse só por esse motivo.
Black Bird
Enviar um comentário